9 de agosto de 2012

Corrupção e honestidade


Corrupção e honestidade

Há os que insistem em tergiversar a verdade tentando nos fazer acreditar que entre os cinco candidatos a prefeito de Joinville só há um que é honesto. Insinuam na sua lógica retorcida que os outros não o são e, a partir desta inverdade, elaboram o fantástico raciocínio que há só uma opção para escolher. O honesto.

Primeiro que, entre os candidatos, há mais de um que é aparentemente é honesto - o que quer dizer que se a minha opção for por votar por alguém honesto, parece que teria mais de uma opção. É verdade que há candidatos que de acordo com todos os indícios não o são. É uma pena que o Brasil como pais e a sua sociedade como um todo insistam em conviver de forma tão promiscua com a corrupção. O país teve a oportunidade de afastar de uma vez todos os políticos que tinham pendências com a justiça. Uma oportunidade única de fazer uma faxina e permitir que uma nova geração pudesse chegar a política e iniciar um processo de mudança.

Particularmente não ponho a mão no fogo por ninguém. Só minha família mais próxima entra neste grupo restrito. Com relação aos outros, todas as vezes que o fiz acabei com queimaduras de maior ou menor gravidade. Em se tratando de políticos o risco é elevado demais. Ainda que sou obrigado a acreditar que em tese a maioria dos candidatos nestas eleições sejam absoluta e totalmente honestos, no fundo tenho a certeza que a maioria não o seja tanto. E entre os que eventualmente venham a se eleger, o numero daqueles que continuarão honestos até o fim do seu mandato, podem ser contados com os dedos de uma orelha.

Entramos aí no perigoso terreno de tentar medir a honestidade. Os paladinos do candidato honesto logo vão começar a dizer que o seu candidato pode ser considerado totalmente honesto. Caso insistam em defender a honestidade absoluta e a pureza virginal do seu candidato, eu acharia que ou bem enlouqueceram ou estão brincando. Como a ironia não é algo que este grupo domine a possibilidade maior será a primeira. A segunda linha de raciocínio é absolutamente perversa e tem sido usada muito neste país e em Joinville na ultima década, é que como ninguém é honesto, a desonestidade é um estado natural e se alguém hoje se corrompe o faz porque também os outros o fizeram anteriormente. Uma forma de tentar fazer desta sem-vergonhice uma pratica socialmente aceita e por tanto perdoável.

Quando o Brasil inicia a trancos e barrancos o julgamento do mensalão e os cidadãos acompanham atônitos as manobras para inocentar, fazer prescrever ou negar o que foi a institucionalização da corrupção no governo. Seria importante que a sociedade não votasse em candidatos corruptos, condenados ou não. O ideal seria ainda que o eleitor escolhesse não só aqueles que fossem honestos, tambem preferissem aqueles que parecessem honestos. E no caso dos nossos cinco candidatos o quadro se reduz muito.

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